quarta-feira, 16 de março de 2011

Lugar na Sociedade para os doentes mentais

A história da doença mental sempre trouxe tristes lembranças para a humanidade e caminha a passos lentos para melhorar, talvez porque a doença mental ainda não é totalmente explicada e continua a ser um mistério para a medicina ou por razões que fogem totalmente à compreensão de carinho das pessoas que ainda olham para os doentes mentais com preconceito e medo desta doença.

A convivência com um doente mental não é fácil, pois estes são imprevisíveis e algumas vezes agressivos, isolam-se ou mesmo não apresentam afecto, por isso a importância dos profissionais de saúde em orientar a família sobre os cuidados que devem ser tomados durante o tratamento é fundamental. O facto de os portadores de transtornos mentais apresentarem atitudes fora do padrão considerado normal pela sociedade, muitas vezes são excluídos e sofrem com os abusos e indiferenças por parte das pessoas que os rodeiam. Com o progresso dos estudos em Saúde, foi possível constatar que diferente do que se pensava a doença mental tem de ser tratada no meio social, os portadores de tal doença não podem perder a sua civilidade, mas esta tem de ser incentivada e analisada em todo o seu contexto social, biológico e psicológico.

A sociedade também precisa de se preparar para uma nova visão em Saúde Mental que, antes se considerava o “louco” como indivíduo que deveria ser excluído por não obedecer às normas conceituadas normais a agir em desacordo com os ideais impostos por ela. A falta de consciencialização da cidadania faz com que o próprio portador do transtorno mental tenha como única solução a intervenção psiquiátrica por se sentir excluído e dessa forma, o seu quadro clínico sofre declinações. Fazer saúde e trabalhar em Saúde Mental na comunidade é mais do que colocar a responsabilidade destes doentes mentais nas mãos do Governo e das equipas de saúde, é necessário um conjunto e um trabalho sistematizado entre o paciente, a família e a sociedade, tendo os profissionais de saúde como facilitadores neste processo de inclusão na sociedade. A pessoa que sofre e a sua família precisam de ser atendidas relativamente em termos de necessidades e os profissionais de Saúde precisam de estar organizados e preparados para assisti-los na sua própria comunidade e esta deve reconhecer e respeitar os direitos do doente mental enquanto cidadão, respeitando as diferenças e reconhecendo a sua dignidade, começando assim a mudar a visão do próprio doente em relação à sua patologia, encarando-o como um indivíduo activo na sociedade.

“A definição de doença mental dá-se pela questão biológica, porém associada ao factor cultural e, não menos importante, é a eventual influência da sociedade na formação do desequilíbrio mental e, que existe também, uma predisposição do indivíduo para uma “personalidade mais frágil””.              Lepargneur, 2001

Fonte: http://www.artigonal.com/psicologiaauto-ajuda-artigos/o-estigma-da-doenca-mental-para-pacientesfamilia-e-a-sociedade-948903.html

Sem comentários:

Enviar um comentário